quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Para Rafael

Imagem da internet
Meu filho, você foi um presente totalmente inesperado para nossa família. Eu e seu pai ficamos inseguros, preocupados e com medo de tanta coisa... Preocupados com sua saúde, com o tamanho do apartamento, com o preço da escola... Tantas neuras atrapalharam um pouco e no início nós não soubemos curtir a sua chegada como deveríamos, que bobagem! Passamos dias e dias angustiados, ao invés de agradecermos e demonstrarmos a nossa felicidade. 
Já sua irmã foi diferente, desde que contamos que você iria chegar ela foi só felicidade. Há tanto tempo ela pedia um irmão que já tinha até desistido, então ela te acolheu e ficou feliz demais. Os adultos as vezes são assim, se preocupam demais e são felizes de menos, enquanto que as crianças são puras e sabem o que realmente importa. 
Quando passou o susto, fizemos exames e vimos que estava tudo bem com você começamos a curtir a sua chegada. Contamos pra família e para os amigos e começamos a fazer planos. Você começou a se tornar uma pecinha super importante dessa família e nossos planos já te incluiam em tudo daqui pra frente. A barriga foi ficando redonda e eu não via a hora de sentir seus primeiros movimentos. Ficava pensando em que tamanho você estaria, se já nos ouvia, se já sentia os carinhos na barriga. 
O dia que descobrimos que você tinha partido foi o dia mais triste da minha vida e os dias seguintes não foram muito diferentes. Clara e Jorge também ficaram arrasados. O que mais queríamos é que você ainda estivesse conosco, mas não foi assim que aconteceu. Agora que já se passaram alguns meses, estamos bem, superando sua perda, mas sinto que nossa família ficou incompleta e sempre bate um pouco de tristeza. Espero que você tenha sentido o grande amor que sentimos por você, foi uma pena que sua missão por aqui tenha sido tão rápida. Um dia nos veremos, filhote!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Herança

Há tanto tempo não escrevo aqui! Ainda quero falar mais um pouco sobre o que houve após a perda do bebê, mas vai ficar para outra hora. Também quero terminar os relatos da viagem para a Alemanha e ainda falar um pouco sobre a viagem para Orlando que fizemos em outubro. Aos poucos espero conseguir escrever um pouco sobre esses assuntos.
Hoje passei para contar um episódio muito engraçado com a Clara. Outro dia, quando ela foi se deitar, estava abraçando o travesseiro e dizendo que ele era super gostoso e macio e tal. De repente ela solta:
- Mamãe, quando eu for adulta e você e o papai morrerem, vocês podem deixar os travesseiros de vocês pra mim, assim eu não preciso gastar dinheiro com isso!
Olha o que a menina está preocupada, com a herança (e de travesseiro)! Dei muita risada e ela logo depois pensou no que falou e disse que não quer que a gente morra nunca.